segunda-feira, 20 de junho de 2016

Rótulos...

Olá, pessoas!
Tudo bem?

O dia hoje começou meio ruim, mas melhorou bastante no decorrer do dia e hoje, mais uma vez, me deparei com um 'rótulo' que vejo muito associado ao profissional nutricionista: o emagrecimento.

Por que nutricionistas sempre estão associadas ao emagrecimento? 
E, mais ainda, porque a sociedade quer tanto, tanto, tanto emagrecer, quando muitas vezes nem precisa?

O curso de graduação em Nutrição é muito mais do que "fórmulas" de emagrecimento.

Durante 4 anos nós estudamos um bocado:
  • Morfologia (ou anatomia e histologia), 
  • Fisiologia, 
  • Patologias, 
  • Dietoterapia, 
  • Ciclos de vida, 
  • Imunologia,
  • Parasitologia,
  • Farmacologia,
  • Gestão de unidades produtoras de refeição, 
  • Desenvolvimento de cardápios e fichas técnicas,
  • Controle de Qualidade, de Estoque,
  • Técnicas dietéticas, 
  • Bromatologia,
  • Epidemiologia,
  • Saúde coletiva...
E, no final, saímos com um rótulo criado pela sociedade de que somos os profissionais do emagrecimento. 

Tudo bem, nós aprendemos, sim, a calcular gasto energético, necessidade energética e de nutrientes, adaptações de cardápio, mas isso é só uma pequena parte de tudo o que vemos nestes quatro anos... 

Aprendemos como funciona o nosso organismo, na presença e ausência de alimentos e de água. 

Aprendemos a importância do equilíbrio entre a energia e os nutrientes ingeridos. E o equilíbrio que reflete na saúde, com níveis adequados de todos os grupos alimentares, inclusive de vitaminas e minerais e a sua importância no organismo humano.

Aprendemos que emagrecer não é apenas um balanço do que se come e do que se gasta, há muito mais coisas envolvidas neste processo.

Aprendemos que nem todo mundo precisa emagrecer e que o emagrecimento deve ser sustentável, não terrorista, e que restrições podem, sim, provocar transtornos relacionados a alimentos. E precisamos dar muita atenção à isso, pois o mundo está obcecado em emagrecer, mas nem sempre precisa.

E assim aprendemos a avaliar o comportamento e o padrão alimentar de um indivíduo e/ou de uma família inteira. Com ou sem doenças crônicas ou agudas. Se precisar, saberemos como especificar a dieta de um indivíduo, a forma de administração e a textura do alimento em caso de suporte nutricional.

E podemos nos especializar em muitas áreas, pois o profissional nutricionista pode atuar desde a atenção primária à saúde até o nível terciário de atenção, em cozinhas para grandes números de refeições, em restaurantes diversos e tantas outras áreas...

Então, por favor.
Vamos parar de achar de nutricionista vive de água, alface e vento.
Não, somos seres humanos normais como qualquer outra pessoa. Vivemos do mesmo modo que tantas outras e, da mesma forma, podemos ter doenças crônicas e conviver muito bem com elas ou até mesmo apresentar um comportamento alimentar inadequado ou um transtorno relacionado a alimento e fazer psicoterapia a longo prazo para tentar melhorar.

Somos humanas e humanos, comemos, vivemos, fazemos tudo o que todos fazem e, acima de tudo, não somos profissionais do emagrecimento e, sim, da Saúde.

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