Série: Receitas que eu nunca fiz!

Eu sempre gostei da cozinha. Sempre gostei muito de cozinhar e, de quebra, sempre gostei muito de escrever.

Quando era mais nova, tinha verdadeira paixão por pegar receitas que achava legais, interessantes e saborosas, mas muitas delas nunca executei de verdade - consequentemente, não sei se realmente são gostosas. 😕🙎

Eu lembro que na década de 90 o acesso era por revistas, jornais, embalagens de produtos que comprávamos no mercado e por telefone... Quantas vezes não liguei para o SAC da Fleishmann para anotar receitas... Rótulos das latas de leite condensado, creme de leite, farinha de trigo, arroz, amido de milho... 💓

Eu tinha um caderno enooooorme onde anotava receitas e mais receitas... e na semana passada, arrumando os livros, cadernos e revistas, encontrei este caderno e o desmontei. Guardei as folhas com as receitas e as outras viraram 2 outros cadernos menores. 

Ontem a noite decidi que passaria estas receitas para o computador... Daí veio a ideia... Por que não colocar no blog, uma por dia ou por semana e sugerir mudanças e informações complementares que envolvam os aspectos nutricionais de cada uma delas?

E achei interessante... Porque é importante desmistificar a coisa do "doce que engorda", ou da "preparação assada que é mais saudável" e, além disso, são opções para aqueles momentos que estamos sem ideias...

Então, a partir de amanhã, terei por aqui receitinhas que achei legal, que anotei, que registrei nos meus cadernos, mas que nunca executei.

Se fizer, me conta! Manda foto, fala sobre ela, o que te levou a fazer, se gostou, não gostou...

Eu tenho intenção de fazer tudo isso, mas sabe como é... O tempo e a grana nem sempre estão ao nosso lado... Apesar disso, há receitas que são baratas e fáceis de fazer.

A primeira receita já foi escolhida: Trouxinhas de Maçã. 

Então, até amanhã! 😘

Beterraba para combater anemia?

Hoje a vez é dela: beterraba!

Legume da família dos tubérculos não-feculentos, esta raiz vermelha e adocicada é versátil e útil na cozinha e pode ser utilizada em sucos, sopas e saladas, onde pode aparecer crua ou ralada. Aparece, inclusive, nos bolos! O RedVelvet que o diga!

Na Europa, antigamente, o açúcar utilizado era extraído da beterraba, a branca, que é bastante difícil de encontrar por aqui, mas é um tanto mais doce que a vermelha. Durante a segunda guerra mundial, chefs confeiteiros utilizavam sua polpa para dar cor aos bolos. Existe inclusive uma sopa típica russa, borscht, em que a protagonista é a beterraba. E no veludo vermelho é ela quem garante cor e textura a esse bolo tão famoso!

Bem... Por que falar sobre ela então?

Sabemos bem que todo mundo indica o consumo da beterraba para “combater” a anemia. Sua cor vermelha leva as pessoas a acreditarem que ela tem grande concentração de ferro, porém isso não é uma verdade. Seu pigmento vermelho serve, sim, como antioxidante e ela possui diversas vitaminas e minerais que são muito benéficos, mas o ferro não é um deles.

De acordo com a TACO, 100 g de beterraba tem o equivalente a 0,2 mg de ferro. Se compararmos à couve-manteiga, que possui 0,9 mg de ferro em 100 g de alimento, vemos quão pouco é. Se compararmos à carne bovina então, ela perde feio: 100 g de acém possui 1,8 mg de ferro.

Indo além, o tipo de ferro presente nos legumes e vegetais de modo geral, é do tipo não-heme, que é um tipo menos biodisponível e que é melhor aproveitado na presença de vitamina C. Os alimentos de origem animal, carnes, por exemplo, tem o tipo de ferro heme, que é mais biodisponível, já que é igual ao do nosso sangue.

Consumir beterraba com frequência é benéfico sim ao nosso organismo, porém pensar em combater anemia com ela é uma furada. Principalmente se quem precisa repor ferro tem dificuldade em lidar com seu sabor terroso.

Na cozinha, podemos usar em tudo o que quisermos, até no arroz para deixa-lo colorido, mas para combater anemia tem mesmo que apostar nas carnes e na reposição medicamentosa ou suplementação, com orientação de médico e nutricionista, ok?